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Nutrição do idoso

No processo de envelhecimento normal ocorrem alterações fisiológicas e biológicas que afetam a alimentação e a nutrição do idoso. Além das doenças crônico-degenerativas (diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardiovasculares) que são comuns na população idosa, sofrendo influência na dieta com sua prevenção e tratamento. A alimentação pode interferir tanto no aparecimento da doença como na determinação de sua gravidade, o que justifica a preocupação com o padrão alimentar no envelhecimento.

Principais alterações fisiológicas e consequências no consumo alimentar e estado nutricional durante o processo de envelhecimento:

– Alterações fisiológicas: redução da percepção do olfato e paladar, perda progressiva do número de papilas gustativas e da secreção salivar, consumo de medicamentos que podem levar a alteração da palatabilidade, diminuição da sensibilidade olfativa, menor capacidade da mastigação (por falta de dentes ou pelo uso de próteses mal adaptadas) e também alguns distúrbios da deglutição.

– Efeitos: redução no apetite, perda de peso e desnutrição, alteração da composição nutricional da dieta, limitações na ingestão alimentar, na absorção e interação com nutrientes alterando sua utilização e a ingestão alimentar, redução no consumo alimentar, má digestão e diminuição da absorção de nutrientes principalmente Vitamina B12, tornando o organismo mais susceptível a desnutrição.

O fracionamento aumentado e o volume reduzido das refeições, ou seja comer pouca quantidade várias vezes no decorrer do dia, facilita o processo de digestão, absorção e aproveitamento dos alimentos. Portanto, é recomendável o consumo de quatro a seis refeições diárias, como por exemplo: desjejum, lanche da manhã ou colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia . É importante que a refeição apresente aspectos agradáveis como: cor, sabor, aroma e textura. O uso de carboidratos complexos (batata, arroz, mandioca, pães) e fibras na dieta (aveia, farelo de trigo, arroz integral, frutas e hortaliças) são altamente indicados por serem importantes na prevenção e controle de doenças cardiovasculares, diabetes e constipação intestinal, bastante comuns nesta fase da vida.

Com relação às gorduras, recomenda-se que se reduza o uso de gordura saturada (carnes gordas, leites e derivados com gordura, óleos em excesso) e colesterol, dando preferência às gorduras insaturadas (óleos vegetais tipo soja, milho, canola, azeite de oliva e peixes). Substituir as carnes gordas (porco, picanha, contra filét) e os embutidos (lingüiça, salsicha, salame, mortadela, presunto, etc), pelas carnes magras (filé mignon, coxão mole, patinho e lagarto) e carnes brancas (frango sem pele e peixes). As frutas, verduras e legumes são fontes de vitaminais e sais minerais, portanto devem ser incluídas em todas as refeições.

A prevalência da osteoporose está associada à redução da massa óssea em decorrência do aumento da idade e com isso eleva o risco de fraturas, principalmente entre mulheres após a menopausa. A absorção do cálcio também diminui com a idade e sua suplementação é necessária. Aumentar o consumo de alimentos ricos em cálcio (leite e derivados), fazer atividade física e exposição ao sol auxiliam para melhor absorção no organismo.

A água, que é um nutriente muito importante nos idosos, muitas vezes é esquecida. A inadequada ingestão de água leva à desidratação e problemas associados com hipertensão, elevação na temperatura corporal, constipação intestinal, secura das mucosas e diminuição da excreção de urina. Portanto eles devem consumir de 4 a 6 copos de água ao dia. Um cuidado nutricional preventivo é importante, pois na terceira idade é que algumas doenças como (hipertensão arterial, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, osteoporose e outras) aparecem. A atenção em desenvolver atividade física e os hábitos alimentares saudáveis podem fazer diferença e farão com que se sintam melhor nos anos futuros.

Natalia de Oliveira
Nutricionista